quinta-feira, 26 de março de 2015

Revista GEPGEO Vol. 1

O ÊXODO RURAL E A FORMAÇÃO DAS FAVELAS
Eric Santos Brito

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Houve vários motivos para que acontecesse a formação das favelas. Entretanto, muitos pesquisadores dizem que o principal deles foi o êxodo rural, mas será mesmo que ele foi o causador? E o que estava por trás desse fenômeno?

Para início de conversa devemos saber o que é êxodo rural: êxodo rural é o deslocamento de pessoas do campo para as cidades. Ele ocorre quando os habitantes do campo visam obter melhores condições de vida. Dentre os motivos de repulsão podemos citar: busca por empregos com boa remuneração, mecanização da produção rural, fuga de desastres naturais (secas, enchentes, etc.), qualidade de ensino e necessidade de infraestrutura, serviços (hospitais, transportes, educação, etc.).
O êxodo rural provoca, na maioria das vezes, problemas sociais. Cidades que recebem grande quantidade de migrantes do campo, muitas vezes, não estão preparadas para isso. No entanto, acabam superlotando as cidades, em que o processo de urbanização estava planejado para uma determinada quantidade de moradores, esse crescimento urbano acaba deixando várias pessoas sem serviços (água – luz – esgoto – habitação e etc). Os empregos não são suficientes e muitos migrantes partem para o mercado de trabalho informal. Não tendo dinheiro e nem onde morar, essas pessoas vão procurar lugares sem infraestrutura, terrenos não ocupados, os morros, margens de córregos, proximidades de mananciais e até áreas de preservação, ficando na maioria das vezes nas periferias das cidades, e formando o que conhecemos por favelas.
As favelas segundo o IBGE são aglomerados subnormais como conjuntos de residências que ocupam terreno alheio (público ou privado), que estão organizados de forma desordenada, com carência de serviços públicos essenciais. Geralmente são áreas onde o poder público tem pouca atuação e acabam dominadas por traficantes.
A primeira favela no Brasil, conforme dados do governo, surgiu no morro da Providência, no centro da cidade do Rio de Janeiro, em 1897. O morro foi ocupado inicialmente por soldados da Guerra*. No mesmo ano, formou-se também a favela do morro de Santo Antônio, no centro do Rio de Janeiro. 
E atualmente, o Brasil possui políticas públicas ligadas ao controle de habitações irregulares? A resposta é relativamente simples: o país possui, porém não consegue colocar em prática a todos os níveis de renda. A própria Constituição Federal incluiu a moradia entre os direitos sociais mínimos, prevendo a promoção de programas de habitação e saneamento básico pelas três esferas do governo. Apesar do reconhecimento do caráter essencial de habitação e serviços urbanos adequados para a inclusão social e o combate à pobreza no país, as condições de moradia da população brasileira ainda são bastante precárias, sobretudo entre as camadas mais pobres da população.
Em muitas cidades do mundo, principalmente nos países em desenvolvimento, moradores de favelas constituem grande parte da população urbana, com pouco ou nenhum acesso a abrigo, água e saneamento básico. Em estimativa elaborada pela ONU, em 2030 a maioria dos humanos morará numa cidade. “Daqui a dezessete anos, o homo sapiens deverá ser chamado o homo sapiens urbanus”, afirma o novo relatório sobre o Estado das Cidades do Mundo 2010/2011. Quando a Organização das Noções Unidas foi fundada, em 1945, dois terços da população mundial viviam em zonas rurais. Em 2000, a distribuição da população havia mudado, com metade da população mundial vivendo nas cidades. Além disso, espera-se que em 2050 dois terços da população mundial – cerca de seis bilhões de pessoas – estarão vivendo em centros urbanos de pequeno, médio e grande porte.
Sendo assim, podemos considerar que o êxodo rural foi sim um dos principais motivos para a formação das favelas, mas não o único. A má distribuição de renda aliado ao pouco investimento no campo também se configuram como fatores que contribuíram para a formação desses aglomerados subnormais no mundo, principalmente nos países subdesenvolvidos. 
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*Confronto entre Exército Brasileiro e integrantes de um movimento popular de fundo sócio-religioso liderado por Antônio Conselheiro. Esse conflito durou de 1896 a 1897, na então comunidade de Canudos, no interior da Bahia. Os soldados, vencedores, exigiam a casa própria como premiação. Na época, o governo “não tinha verba” e assim autorizou que os soldados construíssem barracos de madeira no atual Morro da Providência.



4 comentários:

  1. Iza Dayanny- Escola Santa Clara de Assis; 6 ano B

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  2. A formação das favelas tem muito ave com o êxodo rural!Mais porque tem ave com o êxodo rural? para poder fala o porque disso tudo e sabendo oque significa êxodo rural, que é a saída de pessoas do campo pra cidade.Mas porque isso influencia na construção da favelas? é quem a vida pessoas para cidade não irá ter casa ou lugar pra as pessoas morarem pois a principal motivo delas vinhere do campo pra cidade é em busca de trabalho, melhor condição de vida e tudo mais.Mais devido essas pessoas não terem lugar pra morar ela vão construindo casa em alto de morros, varias casa vão sendo surgida e acaba formando oque nós chamamos de favela.
    -João Pedro Tenório 8 ° "B"

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  3. O êxodo rural e a formação das favelas.

    Após a leitura do texto é predominante uma única ideia; as favelas surgiram pela necessidade de sobrevivência de uma população carente de recursos.

    Só que a questão delas irem morar nessas favelas está bastante relacionada aos êxodos rurais, pois as pessoas se deslocam do campo para as cidades, visando obter condições de vida melhor. Contudo cidades que recebem grande quantidade de migrantes, muitas vezes, não estão preparadas para tal fenômeno; os empregos não são suficientes e não possui infraestrutura adequada para habitar um grande contingente populacional fazendo com que muitos migrantes, sem alternativa, partam para o mercado de trabalho informal e passem a construir e residir em habitações sem boas condições e terrenos não povoados, as chamadas favelas, onde as mesmas crescem cada vez mais com grande rapidez ao longo dos anos, graças, em parte, ao descaso do poder público.

    #ÔÔÔPAÍS!

    Geiciany Moura ... 9º ... ESCA.

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